Foto: EFE/ Andre Borges
O dólar alcançou um feito alarmante nesta quarta-feira (27), ultrapassando a linha dos R$ 5,91, atingindo o maior nível nominal da história do real. O cenário preocupante foi atribuído ao anúncio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que revelou a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês. A medida, longe de ser uma solução, apenas escancara a fragilidade do governo Lula, que continua a empurrar o Brasil para um abismo fiscal e econômico.
Nas últimas semanas, o mercado já demonstrava incômodo com os constantes adiamentos do plano fiscal do governo. O que era para ser uma medida de contenção e reestruturação do gasto público foi substituído por ações que acentuam ainda mais a desconfiança. A isenção do Imposto de Renda, longe de ser uma “boa notícia” para o povo, sinaliza um governo sem controle das finanças, sem disposição para mudanças estruturais necessárias. A economista-chefe da Buysidebrazil, Andréa Damico, criticou fortemente a medida: “O anúncio dessa medida de isenção de IR praticamente junto com o pacote, embora sejam textos distintos, é muito ruim. Tira o brilho do pacote que já estava ofuscado pela demora”, afirmou, destacando ainda que, no exterior, o dólar recuou em comparação a outras divisas fortes.
Enquanto o governo prometia cortar gastos e melhorar a situação fiscal, a surpresa foi o anúncio da isenção, que levou a moeda americana a disparar. O dólar, que já estava em alta na manhã, ganhou ainda mais força após a confirmação da medida e furou o nível psicológico de R$ 5,90, alcançando a máxima histórica de R$ 5,9289. No final do dia, a moeda avançou 1,81%, fechando a R$ 5,9135, um recorde nominal que superou o fechamento anterior, de R$ 5,9008, registrado em maio de 2020. Para a economista-chefe do Ouribank, Cristiane Quartaroli, a isenção do IR “é bastante ruim” em um momento onde se esperava uma real redução de gastos.
O governo de Lula, apesar dos alertas de sua equipe econômica, decidiu avançar com a medida. O ministro Haddad, que havia tentado dissuadir o presidente, não conseguiu evitar o fracasso de um pacote fiscal que, mais uma vez, se revela ineficaz e sem força para enfrentar os reais problemas do Brasil. Para o economista André Galhardo, “o descolamento do real reflete o receio de que o governo, ao tentar preservar apoio popular, adote um esforço tímido para cortar despesas”. A reforma do Imposto de Renda parece mais uma tentativa de agradar ao eleitorado do que uma verdadeira mudança econômica.
Com informações de PlenoNews
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