Foto: Marcelo Sakate/Bloomberg Línea
O Banco do Brasil revisou pela segunda vez em 2024 sua projeção para despesas com créditos duvidosos (PCLD), elevando o intervalo esperado para R$ 34 bilhões a R$ 37 bilhões, frente à estimativa anterior de R$ 31 bilhões a R$ 34 bilhões. A revisão ocorre em meio ao aumento da inadimplência no setor do agronegócio, que já preocupa gestores e investidores.
Apesar das garantias do banco em agosto de que a inadimplência no crédito agro estaria “sob controle”, o índice subiu de 1,32% em junho para 1,97% ao fim do terceiro trimestre. A cobertura da carteira caiu de 214,5% para 165,3%, enquanto o saldo com classificação de risco AA, que dispensa provisões, despencou de 78% para 65,1%.
De acordo com o BB, o setor agro enfrenta desafios globais, incluindo a queda nos preços de soja e milho e impactos de eventos climáticos extremos, como as chuvas no Rio Grande do Sul.
Mesmo diante desse cenário, a carteira de crédito do banco no segmento agro cresceu 13,7% em 2024. O BB destacou que, no Plano Safra 2024/2025, desembolsou R$ 63,4 bilhões, além de outros R$ 11 bilhões na cadeia de valor do setor. “Foram mais de 200 mil operações contratadas em mais de 4.800 municípios”, informou o banco, ressaltando que quase 70% foram direcionados à agricultura familiar (Pronaf) e médios produtores (Pronamp).
Resultados e desafios
No terceiro trimestre, o BB reportou lucro líquido ajustado de R$ 9,5 bilhões, praticamente estável em relação ao trimestre anterior, mas com avanço de 8,3% em um ano. A rentabilidade medida pelo ROAE caiu para 21,1%, inferior aos 21,6% do trimestre anterior.
“Alcançamos o lucro líquido de R$ 24 bilhões nos nove primeiros meses do ano, reflexo do bom desempenho em crédito, captações e negócios do conglomerado, além do foco no controle de custos”, declarou o banco.
No entanto, a inadimplência em pessoas físicas manteve-se elevada, atingindo 5,03%, enquanto nas empresas, excluindo o agronegócio, subiu para 3,58%.
Dividendos e ações
O BB aprovou a distribuição de R$ 2,759 bilhões em Juros sobre Capital Próprio (JCP) para acionistas, com pagamento previsto para 6 de dezembro. Ainda assim, as ações acumulam queda de 6% no ano.
Com informações de Bloomberg Línea
Conteúdo produzido com auxílio de IA.